Pesquisar este blog

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pra que (M) cotas raciais?

Bom, só relatando um pouco a minha história. Tudo o que meus avôs conquistaram, tanto os maternos quantos os paternos, foi com muito esforço e dedicação, trabalhando como empregados em terras de outros (brancos).

Engana-se quem pensa que a escravidão terminou após a assinatura da lei áurea, por imposição da coroa britânica, e não por bondade dos governantes lusitanos.

As condições de trabalho continuaram precárias, a forma de pagamento idem. No geral, muitos dos que detinham o conhecimento, ainda se aproveitavam da falta de informação dos afro-descendentes.

Mas mesmo assim, os meus avós, que nasceram 25, 40 anos após a escravidão, conseguiram algum bem material, mas não o suficiente para dar conforto, uma boa educação aos filhos, que no geral, devido a falta de conhecimento de métodos anticonceptivos, eram de 15 ou 20.

Todas as mazelas que atingiam a sociedade brasileira nas décadas de 10, 20, 30, 40, 50 e até as de 60 e 70, abrangiam em sua grande maioria os descendentes dos escravos. No que dizia respeito à questão da qualidade de vida, um a parcela ínfima dos negros gozavam dessas benesses sociais.

Tomo o meu caso como exemplo. Até 1996, vivia em uma cidade de 5.000 habitantes. Permaneci nela até concluir o 2º grau, hoje ensino médio, ao mesmo tempo em que trabalhava nas colheitas de algodão e com meu pai como servente de pedreiro.

Enquanto alguns estudantes de classe média saíam para estudar nos grandes centros, Curitiba, Londrina ou Maringá, outros estudavam em faculdades privadas em Jandaia do Sul, ou Mandaguari, que eram próximas, eu vim para Rolândia, não para estudar em uma faculdade, mas sim para trabalhar.

Tive de deixar o sonho de ser arquiteto ou engenheiro para trás. Só fui conseguir entrar em uma instituição de nível superior aos 25 anos, isso por que entrei na UEL, que era gratuita, e ainda em um curso, me perdoem a expressão, mais barrelinha, Letras.

Na ocasião em que fui aprovado no vestibular, não existia PROUNI, nem costas raciais ou para estudante de escola pública.

Gostaria que não fossem necessárias as cotas para afro-descendente, ou ainda para os alunos da rede pública. Seria interessante um fortalecimento da educação no geral, partindo dos primeiros anos, para que não fosse mais preciso esse bebeficio.

Mas o que fazer então? Esperarmos mais 100 anos para ver se as coisas mudam? Acredito que muitas pessoas não querem que as coisas mudem, não tão depressa assim. Toda mudança assusta. Acho engraçado que no geral, os mesmos que exaltam os Americanos por sua política e cultura, que a anos já possuem esse sistema de cotas em seu país, são os mesmos que repudiam essa idéia aqui no Brasil.

Sobre celulares, MP 3, iPOD, e outras bugigangas.

Esse episódio aconteceu comigo já faz dois anos, mas só agora, decorridos mais de setecentos dias, é que fui me lembrar desse acontecido.

Estava eu indo para casa depois de ter cumprido oito horas de trabalho dentro de um ônibus, que juntamente comigo transporta outras quarenta pessoas, quando vi uma jovem professora com seu fone de ouvido. Confesso que essa cena não é rara, pois desde que entrei nesse emprego, vejo a da mesma forma, todo santo dia.

Acho que se a vi uma única vez conversando com alguém, foi muito.

Não estou falando aque que eu seja um uma pessoa falante. Do contrário, me acho até muito quieto. Tenho uma pontinha de inveja dos “seres falantes” que muitas vezes acabam por dar um tremendo de um “bom dia a cavalo”.

Bom, voltando ao inicio da conversa, foi justamente essa cena que me fez recordar que ainda quando estava estudando em Londrina, gostava de na volta me sentar com alguém que ainda não tivesse tido nenhum contato, para ter oportunidade de conhecer mais pessoas, pois isso é muito bom.

Então, sentou do meu lado uma bela moça. Acredito que ela cursava pedagogia. Ela sorriu para mim, e ajeitou se na poltrona. Assim que o motorista do nosso transporte deu a partida , ela mais do que depressa colocou o fone de seu aparelho no ouvido, e virou para o lado.

O trajeto de Londrina até Rolândia durava cerca de 40 minutos. Quanto assunto poderia ter sido produzido naqueles 40 minutos. Mas nada, mas nada mesmo fora produzido naquele breve momento em que menos de cinco centímetros me separava daquela amiga em potencial.

Quando já estávamos na cidade de destino, ela tirou os fones, arrumou o seu material, le-levantou , virou para mim, e disse: “tchau”.

Aquele tchau suou para mim como uma forma dela dizer que mesmo que não tenhamos trocado uma só palavra durante quase uma hora de percurso, ela percebeu que tinha alguém do seu lado.

O meu texto com esse relato não quer aqui ditar como regra que todos aqueles que se sentam ao meu ou ao seu lado, devam ter por obrigação dialogar. O alerta aqui é outro.

Tento alertar que hoje uma bugiganga como o iPOD, o celular, MP 3, MP 4, e outros que existam, e que ainda eu não tive contato( e não vou dizer que não quero ter contato), pode distanciar afetivamente as pessoas.

Quase dez horas do nosso dia ficamos fora de casa com pessoas que acabam se tornando em alguns casos mais próximos da gente, do que nossa própria família.

Em outros casos, o individuo trabalha quase que solitário, tendo como sua companhia uma máquina fria. Talvez, a única possibilidade de contato com outras pessoas, é justamente na volta ao trabalho, em um ônibus, um exemplo bem clássico.

A modernidade trouxe muitos avanços para o ser humano, porém, a necessidade do convívio com outras pessoas acaba se por esvair.

Se nos primórdios o homem tinha esse desejo de interagir se com os demais, hoje a tecnologia da à idéia contraria. A de que o homem é um ser que pode viver só, como se fosse auto-suficiente.

Autor: homerojd@ibest.com.br - Categoria(s): Sem categoria

O paradoxal bronze do Wanderlei


Olimpíadas de 2004. É quase linha de chegada, e para orgulho de todos nós Brasileiros, tínhamos um compatriota galgando o primeiro lugar. Faltavam alguns metros quando de repente do meio daquela multidão que acompanhavam a corrida que marcaria a vida daquele corredor, surge uma figura amalucada, com roupa típica escocesa, segurando o brasileiro e tirando dele a vantagem que ele havia conquistado sobre seus concorrentes.

O terceiro lugar foi somente o que restou. Aquele dia, mesmo que só naquele momento, teve a cor da medalha recebida no pódio. Sabe se lá o por que de não se ter dado a premiação ao Brasileiro, uma vez que todos viram que não foi por sua culpa que não obteve êxito em sua corrida. Azar o dele. Será?

Como diz um ditado “nem tudo que reluz é ouro”. Sei que talvez ele não caberia aqui, uma vez que somente sobrou uma medalha de bronze para o protagonista dessa história. Mas assim mesmo utilizando esse ditado e substituindo um metal precioso por um de menor importância, poderia dizer que “nem tudo que pareça fosco, escuro sem muito brilho é bronze”. Você pode até falar, “mas que comparação mais sem sentido?”, e eu explicaria com uma outra pergunta: Quem foi o ganhador da medalha de ouro naquela ocasião? Difícil de responder, não é mesmo? Talvez no país do “campeão”, saberiam responder a esse questionamento, mas para a maioria daqueles que assistiram àquele acontecimento, incluindo a nação do “vencedor”, saberão apenas dizer que recordam que o ouro seria daquele brasileiro que foi impedido pelo “louco de traje esquisito”.

Com certeza ele já teria sido esquecido se conquistasse a mais honrosa das três medalhas, afinal de contas que feito tão grandioso seria conquista-la, uma vez que tantos outros já o fizeram em ocasiões anteriores.

Calrl Lewis

Melhor é uma quase derrota honrosa, tendo méritos pelo incidente que a encurralaram na, do que um ouro ganho da forma como aconteceu em Seul, em 1988. O velocista norte-americano, era tido como imbatível, uma vez que já tinha comprovado para todos o seu potencial nas pistas de corridas em outras provas. Porém restou a ele a prata. A vitória ficou com o Canadense Bem Johnson, que também teve seu nome registrado no atletismo mundial. Mas não pelo fato de ter ganho o tão almejado ouro olímpico. Decorridas algumas semanas da competição, o corredor canadiano, foi pego no teste antidoping. O até então homem mais rápido do mundo perdeu a sua medalha de ouro, não sendo reposicionado na competição pela qual havia participado. O ouro foi entregue a Lewsi, que dedicou a vitória ao pai morto.

O “Bravo” Diogo Mainardi

Cada vez que leio os artigos escritos pelo Sr. Diogo Mainard, fico estarrecido com o que ele escreve. Antes do PT chegar ao governo, apreciava os seus comentários. Mas de 2003 em diante, ele só sabe escrever sobre uma única coisa, o presidente Lula.

Seus comentários são recheados de expressões grosseiras, (como chamar o presidente de Anta) de ordem de desrespeito ao chefe do estado.

Fico torcendo para que no fundo ele não pense realmente da forma como transpõe para os seus textos a sua “visão critica”.

Que exemplo esse pai dará aos seus filhos com relação a sua pátria? Será que falar da maneira desrespeitosa como ele trata Luiz Inácio da Silva, não é considerado desrespeito com a pátria? Um filho pode desrespeitar o seu pai? Um empregado pode insultar o seu chefe?

Conheço algumas pessoas, sem nenhum pingo de opinião própria, mas carregados de muito preconceito camuflado, que adoram as criticas do Mainardi. Na realidade esses comentários são feitos sob encomenda para eles.

Aqui no Brasil ele faz isso à vontade, queria o ver fazer isso na Venezuela. Será que o nosso bravo colunista teria coragem de falar mal do presidente, chamando de anta, comparando o com um animal selvagem, falando até de abatê-lo? Por que ele não diz que o mesmo Lula que ele tenta chamar atenção com os seus xingamentos, não fez no Brasil como o seu colega chefe de estado. Não venha dizer que as “instituições” não permitiriam. Ou seja: Mainardi se vale de um beneficio, a lei de liberdade de expressão, para poder falar o que quiser.

O que o Lula ganharia falando mal do Diogo? Óbvio que nada. Até porque na função que ele ocupa não precisa disso. Agora façamos a pergunta ao contrário. O que acontece? A resposta não será a mesma.

Na ultima edição da Veja (25 de fevereiro, pag. 101) em seu artigo, ele disse se sentir atacado metaforicamente, pelo chimpanzé Travis, aquele chimpanzé que atacou ferozmente a amiga da dona a alguns dias atrás nos EUA, quando lê algo sobre o presidente da República.

Nunca vi tamanha baixeza e falta de senso critico verdadeiro por parte de um colunista.

Quando li a coluna do Mainardi, logo me lembrei de outro caso triste que ocorreu nesse ano de 2009. Lembrei-me de Paula Oliveira, a advogada brasileira que escreveu em seu próprio corpo palavras de ordem de racismo, segregação e intolerância. Pobre mulher. O que a levou a fazer aquilo consigo mesma? Pobre do Diogo. O que o leva a escrever não em seu corpo, mas nas páginas de uma revista, um texto carregado de disparates.

As palavras desse jornalista, já não são mais de descontentamento com o governo em questão, mas sim com relação à figura do presidente.

Que se dane se o país, apesar de alguns desacertos, esta caminhando. O negócio é falar do presidente, humilhá-lo, mostrar que Lula não é como ele, e nunca será.

Em outro trecho o colunista diz: “em 2010 ele sairá de cima de nós. A imensa carga de irracionalidade com a qual ele acometeu a política poderá ser abatida.” O colunista da Veja, mais uma vez compara metaforicamente (subestimando o leitor) o presidente com o animal abatido.

Olha, não sei o porquê do Diogo se sentir tão incomodado com a presença do “proletário” no poder. Acredito que no fundo ele até torça para uma reviravolta, e o congresso finalmente aprove o terceiro mandato do Lula, por que se o Lula sair do governo, tanto o Mainardi quanto o Azevedo (Reinaldo) não terão mais o que escrever.


Politíca e Meio ambiente – É possível caminharem juntos?

É engraçado como algumas pessoas tendem a inverter a ordem das coisas. Tomam como certo o errado. E sabem quando isso ocorre? Quando o próprio umbigo esta em jogo. Veja o caso das árvores.

Muitas são as reclamações por conta da “sujeira” que essas fazem. Outros acreditam que o assunto não é importante, e que toma muito tempo. E tempo é dinheiro. E dinheiro não se perde.

Outro dia uma senhora falou bem assim: “quando que teremos um governante com coragem de derrubar todas essas árvores que ficam sujando as nossas calçadas, à frente nossas casas, os nossos quintais?

O que dizer dessa pessoa? Ela é má? Não ama a natureza? Não quer deixar para as futuras gerações, (e isso inclui os descendentes dela mesma)? Não, nada disso.

Essa senhora, que não é fictícia, mas vive no Jardim Novo Horizonte em Rolândia, fez esse “desabafo” com uma conhecida minha.

Claro que essa pessoa já tem idade avançada e que em seu tempo o tema não era difundido da maneira como hoje. Poucas eram as pessoas que se importavam com isso. Mas na medida em que o conhecimento foi se difundindo, alguns indivíduos, não todos, foram percebendo a situação em que estávamos entrando e resolveram tomar algumas atitudes que visasse a conscientizar as pessoas.

Houve aí uma inversão de valores. Se antes na escola, a preocupação era somente de falar das benesses do capitalismo como industrialização, comércio, crescimento populacional, emigração, imigração, passaram se a valorizar, ainda que de forma tímida, a preservação do meio ambiente, o espaço em que vivemos.

Tal mudança de pensamento chegou até mesmo na administração pública, com a criação de departamentos que visem tão somente cuidar desse assunto.

Esse novo modelo chegou até em cidades de médio e pequeno porte tem o seu departamento responsável.

Mas como todo assunto novo assusta e divide opiniões, o tema ainda é tratado de forma parcial pelo setor público. Se por um lado temos de cuidar do meio em que vivemos, pelo outro não podemos deter o avanço, o progresso, “a mola propulsora do mundo”.

No tocante a árvores na cidade. O que pensar, falar, fazer? É necessário que aquele que detém o mando político sobre o município, que esse setor não pode de maneira alguma se omitir de cumprir com aquilo que lhe é de função. Ou seja, se for pra impedir, que se impeça. Se for pra proteger, que se proteja. Pode-se aniquilar com a vida do vegetal, desde que comprovada essa necessidade, que assim seja feito.

Porém, em hipótese alguma as ações dessa repartição poderá se sujeitar a vontade popular quando essa estiver equivocada, por mais populista que seja o chefe do executivo. E o responsável por essa pasta não pode ser nomeado por indicação puramente partidária. Se for dessa forma, que a escolha recaia sobre algum com conhecimento e vida dedicada à causa.

O difícil de governos populistas é que quando eles são confrontados em solucionar questões dessa natureza, o que pesa infelizmente é o retorno político em curto prazo. E isso em detrimento daquilo que realmente deveria ser feito.

“quando que teremos um governante com coragem de derrubar todas essas árvores que ficam sujando as nossas calçadas, à frente nossas casas, os nossos quintais?…

Ônibus lotado e o direito dos Idosos, dos deficientes e das gestantes

Mesmo com essa onda da “Gripe Suína”, os ônibus ainda continuam lotados. Tenho por hábito andar de ônibus. É mais barato, seguro e desconfortável. Não que me agrade esse último adjetivo, claro.

Outro dia estava inda pra Londrina. O trajeto é relativamente curto. Sentei na parte anterior a catraca, pois estavam lotados os bancos, corredores até ao fundo. Teve gente que “olhou torto” para mim. Mas não estava fazendo nada de errado.

Criou-se uma idéia de que ali na frente o lugar é reservado para os idosos, gestantes, deficientes físicos. E se tivesse alguma gestante, deficiente físico ou idoso, mas idoso mesmo, eu me levantaria sem problema algum. Mas na verdade, isso nunca foi de fato verdade. Até mesmo o motorista do ônibus falou isso em certa ocasião.

Dê uns tempos pra cá, a empresa responsável pelo transporte metropolitano em nossa região, a Garcia, reservou alguns bancos justamente nessa parte atrás da cabine do motorista, com placas indicativas e um diferencial nas cores. Ao invés do tradicional cinza, as poltronas são vermelhas ou amarelas.

Mas fiquei a pensar. E o direito daqueles que não se enquadram nesse perfil? Esses podem ficar em pé no corredor, espremidos como sardinhas em lata?

Não estou querendo dizer que o grupo citado por mim anteriormente não mereça um diferencial no transporte coletivo. Porém, essa é uma obrigação da empresa, e dessa forma, quem esta pagando pela “gentileza”, são os demais passageiros.

Outro dia vi uma reportagem falando sobre a falta de educação de alguns passageiros que não cedem o seu acento para as mulheres grávidas. Realmente, é necessário que as pessoas tenham esse bom senso. Mas a reportagem em momento algum cobrou essa obrigação da empresa.

Por acaso aquele que faz o seu percurso em pé, paga meia passagem pelo desconforto? Imaginem um percurso de uma hora em pé, e ainda, dependendo o caso, o cidadão ter de trabalhar por mais oito horas ou até mais, na mesma posição?

Dessa forma, temos a situação que o cidadão comum, pessoa física, esta sendo cobrado por uma obrigação que deveria ser da empresa que presta o serviço, e que fatura e muito bem com esse ramo de atuação.

Que as empresas disponibilizem mais veículos então. Que coloque um serviço determinado para tal.

Do usuário tudo, da empresa, nada. Como diz aquele ditado conhecido, “estão fazendo bonito com o chapéu dos outros”.